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quinta-feira, 20 de junho de 2013

Thomas Nagel escreve livro com deduções contrárias ao stablishment acadêmico do Ocidente

EMINENTE FILÓSOFO ATEU DEFENDE, EM NOVO LIVRO, QUE "TEORIA MATERIALISTA NEODARWINISTA DA NATUREZA É QUASE CERTAMENTE.... FALSA!"

Ele é um homem de impecáveis credenciais acadêmicas e ateias. Um dos mais respeitados filósofos dos EUA, orientando de John Rawls, professor da Universidade de Nova York, autor de inúmeros textos em que declara sua descrença, Thomas Nagel (foto) vem causando alvoroço com a publicação de "Mind and Cosmos", que saiu em setembro. O subtítulo esclarece as razões da celeuma: por que a concepção materialista neodarwinista da natureza é quase certamente falsa. É um livro gostoso de ler, embora denso, e que levanta pontos importantes. Para Nagel, num eco do problema mente-corpo, as explicações científicas para questões como consciência, intencionalidade e valor são necessariamente incompletas, o que cobra uma mudança de paradigma.

Minha impressão, porém, é a de que o autor errou na mão. Não é de hoje que o filósofo trava uma batalha contra o reducionismo científico (o termo "reducionista" não é pejorativo em epistemologia; significa só a crença de que a parte explica o todo). O problema aqui é que alguns dos argumentos utilizados para baixar o estatuto do darwinismo são fracos (sic). No exemplo mais gritante, ele diz rejeitar a noção de que forças cegas da natureza produziram vida porque isso vai contra o "senso comum". Ora, quase tudo em ciência, da relatividade à mecânica quântica, ofende o senso comum, mas nem por isso descartamos essas disciplinas.

Outro ponto delicado é que Nagel não tem nada para pôr no lugar do darwinismo. Numa retomada de Aristóteles, o autor sugere que as explicações científicas incorporem uma teleologia, isto é, acatem a noção de propósito ou direção entre as leis da natureza. Com isso, a alegada improbabilidade da vida e o processo de evolução por meio de mutações aleatórias deixariam de ser um problema. Pode ser, mas receio que criaríamos outro ainda maior, à medida em que as portas da ciência estariam escancaradas para a metafísica.

Fonte: Folha

NOTA: Eu não li o livro e não sei se essa a tese defendida pelo filósofo Thomas Nagel é realmente à levantada pelo jornalista, autor do texto acima. A imprensa (burra, "cinzenta") em a irritante mania de concordar ipsis literis com o stablishment cientifico, e, ser contra o darwinismo (ou o "neodarwinismo", como é dito hoje, depois de algumas reconsiderações sobre a teoria de Charles Darwin), é uma verdadeira heresia acadêmica. Não acredito, sinceramente, sendo também filósofo, que um filósofo da envergadura de Thomas Nagel tenha dito uma bobagem simplista dessas... mas, tenho de ler o livro. Sei de uma coisa: a celeuma por suas declarações no livro tem crescido... e agitado o esnobe e antiteísta mundo acadêmico ocidental. 

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